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quinta-feira, 24 de março de 2011

PAULINHO DA VIOLA

PAULINHO DA VIOLA - 1968
A elegância magistral do samba!
No conturbado Brasil de 1968 Paulinho da Viola lançava aos 26 anos de idade seu primeiro disco solo, a primeira aparição fonográfica de Paulinho acontecera 3 anos antes no registro, também lançado pela Odeon, do espetáculo "Rosa De Ouro" idealizado e dirigido por Herminio Belo De Carvalho. Entre o primeiro registro e o primeiro disco solo tiveram 5 outros álbuns, dois lançados no mesmo ano de 1968, ou seja, a produção de Paulinho em 1968 foi intensa.
Como não poderia deixar de ser Paulinho sempre deixou clara sua origem, seu berço e sua herança musical, fato que transparece claramente na escolha do repertório de seu debute, desse seu 'andar com as próprias pernas' musical.
A composição que abre o volume, "Vai Amigo", é assinada pelo mestre mangueirense Angenor de Oliveira - o excelentíssimo bamba mais conhecido como Cartola - a canção inédita em disco até então recebeu arranjo do maestro Gaya.
Lindolpho Gaya dividiu os arranjos do disco com o Maestro Nelsinho, ficando responsável por apenas mais três das faixas contidas no álbum: "Dôce Veneno" de Valsinho, Carlos Lentine e Goulart, "Amor Proibido" também de Cartola e "A Gente Esquece" do próprio Paulinho. Das 12 faixas contidas no volume apenas 5 levam a assinatura de Paulinho. É desse álbum uma das composições mais geniais já feitas por ele: "Coisas do Mundo, minha nega". Essa composição ficou em 6º lugar na primeira bienal do samba (Junho/1968), na ocasião quem a defendeu foi Jair Rodrigues.
Outros compositores que aparecem no repertório são: Candeia (Batuqueiro), Casquinha (Maria Sambamba), Elton Medeiros e Herminio Bello De Carvalho (Samba Do Amor), Cacaso (Meu Carnaval) e Garcez, Nelson Silva e Monteiro (Não Te Dói A Consciência). Sei que é bater na mesma tecla falar que o álbum é excelente, mas é fato, todas as faixas se complementam formando a unidade perfeita. Como diria um certo candidato recentemente eleito em São Paulo: "FantáááááRdigo!!!" rsrs.
Quanto a mim, não sei ao certo quando comecei a gostar de Paulinho da Viola, creio que já nasci gostanto, são tantas coisas bonitas que ele fez e faz que datas passam a ser mero detalhe sem muita função. Suas obras nascem atemporais e com fortíssima identidade, são músicas que ao ouvirmos afloram em nós o orgulho de ser brasileiro, de ser do samba, de ser do Brasil. Ele tem a manha!
Com esse álbum dou aqui o início a saga "Paulinhovioliana", espero que gostem, mais um débito sendo pago! rs. Aguardem os próximos e...
Viva o Paulinho da Viola!!!








Postado Por Marcel Cruz no sensacional: sacundinbenblog.blogspot.com
 



FOI UM RIO QUE PASSOU EM MINHA VIDA - 1970
Eu realmente não lembro de quando comecei a gostar de Paulinho da Viola, mas lembro claramente qual foi o primeiro disco dele que comprei. E o interessante é que cheguei até esse álbum depois de ouvir a versão dos Ambitious Lovers - duo formado por Arto Lindsay e Peter Sherer em meados da década de 80 - de "Para Não Contrariar Você", chapei e achei a música excelente já de cara, como todo curioso fui atrás de saber de quem e de quando era aquilo. Quando descobri e ouvi a versão de Paulinho aí tive overdose! É uma das melhores e de lambuja tem o arranjo do Maestro Gaya, muito bom!
A música fazia parte do clássico "Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida" um dos álbuns mais emblemáticos de Paulinho e que foi lançado em 1970.
Em 1969 Paulinho foi o vencedor do V e derradeiro festival de MPB da Record e na ocasião lançou um compacto que além da música vencedora - a mais sutil e impactante música de protesto - "Sinal Fechado" continha mais três composições, duas fariam parte do álbum que viria, ou seja, o compacto além de divulgar a música do festival também serviu como uma prévia do elepê que viria.
O elepê é composto por 11 faixas, quatro das músicas contidas no álbum se tornaram clássicas, não só do samba como da música brasileira de uma maneira geral, tais como: "O Meu Pecado" composta por Zé Ketti, "Foi um rio que passou em minha vida", "Tudo Se Transformou" e "Jurar Com Lágrimas" de Paulinho. Diferentemente do primeiro álbum, nesse Paulinho assina a autoria de 9 das faixas, os outros que assinam são Mauro Duarte (Lamentação) e o já citado Zé Ketti. Na edição em CD foi acrescentada mais duas faixas que saíram apenas no compacto citado acima "Ruas que sonhei" e "Sinal Fechado".
Quanto ao grupo que acompanha Paulinho nada temos de informação, a única informação contida na ficha técnica do volume é relacionada a direção musical de Lyrio Panicali e aos arranjos do Maestro Gaya. No site diz que teve participação do Maestro Nelsinho também, já na contra capa do álbum nada diz a esse respeito. Sem dúvida nenhuma é a galera da Portela que deve estar ao redor de Paulinho, agora, nomes exatos só perguntando pro Paulinho, rsrs.
Um fato que achei curioso e me dei conta ao reouvir esse álbum é o de que a famosa introdução com o "...Laiaaaaaaa, laiaaaaaa, laiaaa, laaaaia..." de "Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida" não existe em sua versão original, hoje em dia é praticamente impossível cantar essa música sem sua intro, não pesquisei pra saber em que momento ela surge. Ta bom de papo né? Então vamos nos deleitar com a elegância dos sambas de Paulinho...

"... Fico no meu samba, se quiser pode ficar / Vou lá na Portela mesmo que você não vá... Não darei ouvidos se você me provocar, mas aceito um beijo se você quiser me dar, se você quiser me dar..."





Para Saber Mais: Homepage PV - Biografia DCA




Postado Por Marcel Cruz no sensacional: sacundinbenblog.blogspot.com
 
 
PAULINHO DA VIOLA - 1971

Vamos novamente mergulhar na obra de um dos músicos e compositores mais geniais do nosso riquíssimo cancioneiro popular: Paulinho Da Viola!
Herdeiro da mais nobre linhagem do samba e choro proveniente dos subúrbios cariocas Paulinho como vimos anteriormente teve sua estréia fonográfica em 1965, de lá pra cá o 'menino' tomou gosto pela coisa - e nos presenteou com várias preciosidades ao longo de todos esses anos - tanto que em 1971 lançou logo dois álbuns excelentes e um atrás do outro.
O primeiro, tema desta postagem, é composto por 12 faixas e contém músicas que posteriormente se tornariam grandes sucessos como: "Para Ver as Meninas" de Paulinho, "Filosofia do Samba" de Candeia e "Minha Vez De Sorrir" de Nelson Sargento.
Esse é a meu ver o álbum mais moderno de Paulinho, tanto em termos de orquestração quanto de flertes com gêneros extra-samba. Fiquei boquiaberto ao encontrar nesse álbum elementos que podemos considerar como inusitados para um clássico álbum de samba de raiz. Paulinho inovou e mostrou que não estava alheio ao que estava acontecendo a sua volta.
Dois grandes exemplos são as composições "Num Samba Curto" e "Consumir é Viver".
Em "Num Samba Curto", faixa de abertura do volume, encontramos elementos do que mais tarde seria cunhado como drum'n'bass, digamos que sem saber Paulinho é um dos precurssores da mistura de breakbeat com samba (estou tentando saber quem é o batera, pois tais informações e ficha técnica inexistem no LP). Já em "Consumir é Viver" de Marcus Vinícius temos uma introdução funkeada que logo cai numa 'vibe' bem samba-rock! É isso mesmo! Nem Paulinho conseguiu ficar imune ao suingue genial de James Brown e Jorge Ben!
Em termos de orquestração vejamos por exemplo a utilizada em "Para Ver As Meninas", temos nela apenas: Violão, Caixa de fósforos (magistralmente tocada por Elton Medeiros) e Cravo! Até então não se tinha notícias de Cravo no samba! A combinação ficou perfeita! O Cravo também foi usado muito bem em outras faixas ao longo do elepê.
Bom, creio que esses elementos já bastam para despertar em vocês a curiosidade/vontade de ouví-lo pelo menos uma vez e conhecer também o não dito!
É isso aí... e como diria Candeia...
"...Mora na filosofia, morô? Maria, morô Maria..."


Para Baixar: Paulinho Da Viola - 1971 - Paulinho Da Viola


Para Assistir: Mora Na Filosofia
 
 
Postado Por Marcel Cruz no sensacional: sacundinbenblog.blogspot.com
PAULINHO DA VIOLA - 1971

Segundo disco da safra de 1971, não possui nenhuma ousadia 'extra-samba' como no álbum anterior, mas meu neguinho confesso que não faz a menor falta!.
71 foi realmente um ano extremamente fértil para Paulinho. Tão bom quanto o anterior esse álbum também é recheado de preciosidades sonoras. Originalmente o volume é composto por 12 faixas, mas aqui trago a versão digital remasterizada que possui duas faixas bônus lançadas somente em compacto na época.
No álbum temos as geniais: "Perder e Ganhar", que abre o volume seguida de "Sol e Pedra", composição dedicada a Nelson Cavaquinho. A terceira faixa é a divertida crônica de "Dona Santina e Seu Antenor", depois temos "Para um amor em Recife" que segundo informações contidas no site oficial de Paulinho é uma declaração de amor dedicada a amiga e quase mãe pernambucana Dedé Aureliano. Na versão em elepê as duas seguintes encerram o lado A do mesmo: "Mal De Amor", um samba suingadíssimo do capixaba Raul Sampaio gravado originalmente em 1961/62 e "Depois da Vida", mórbida e poética composição de Nelson Cavaquinho que me lembra um pouco o roteiro de um dos filmes de José Mojica, excelente!!!
O labo B abre com o partido "Moemá Morenou", parceria de Paulinho e Elton Medeiros que também participa da gravação, em seguida temos "Óculos Escuros", composição feita por Orestes Barbosa e Valzinho em 1948 e gravada em 1955 por Zezé Gonzaga, esse música ficou entre as 100 mais tocadas no ano em que foi gravada. Paulinho da continuidade ao álbum com "Cuidado, Teu Orgulho Te Mata", do então desconhecido do grande público, Walter Alfaite - é atribuida a essa gravação a descoberta do compositor. Outro compositor que dá as caras e contribui com o repertório do álbum é o portelense Monarco com "Lenço" feita em parceria com Francisco Santana e interpretada magistralmente por Paulinho num arranjo simples e genial.
Fechando o bolachão temos "O Acaso Não Tem Pressa" parceria de Paulinho e Capinan e "Um Certo Dia Para 21", ambas excelentes!
Meu elepê não tem ficha técnica mas no site encontrei os nomes dos integrantes do time que segurou a cozinha e os metais: Flautas e Clarinete ficaram a cargo do inconfundível Copinha, trombone a cargo de Norato, Maurílio no piston, Dininho no contrabaixo, Marçal, Elton Medeiros e Oscar no ritmo e Elizeu e Juquinha nas baterias. Arranjos e regência por Lindolfo Gaya. Ouvi rumores de que o Duprat teria feito alguns arranjos desse álbum, mas creio serem apenas boatos mesmo, pois apesar de algumas coisas soarem 'a la Duprat' nada consta que confirme o fato. Com relação as duas faixas bônus nada tenho a dizer além de que são muito boas! rs. é isso aí...
"...Meu mal, é o mal de amor, não há remédio que cure a minha dor..."


 
Postado Por Marcel Cruz no sensacional: sacundinbenblog.blogspot.com
 
DANÇA DA SOLIDÃO - 1972
Bom meus queridos, eu (como sempre) me desculpando novamente pela ausência, mas enfim, aqui estou para dar continuidade a saga musical em torno da obra do genial Paulinho Da Viola.
O que temos agora é o 5º álbum solo de Paulinho (irei até o 7º), lançado em 1972 e que carrega em seu âmago preciosidades sonoras das quais algumas tornaram-se clássicos do cancioneiro popular como "A Dança da Solidão", faixa que da título ao álbum, o partido alto "No Pagode Do Vavá", "Acontece", composição de Cartola que ganhou uma roupagem 'abolerada' e "Falso Moralista" de Nelson Sargento, além dessas ainda temos os hits "Guardei Minha Viola" e "Meu Mundo é Hoje" composição de Wilson Batista também gravada por Jorge Veiga.
Li uma resenha em que o crítico colocava esse como um dos melhores álbuns de Paulinho, apesar de ser composto por vários hits pra mim não chega a entrar na lista dos melhores, é um bom disco mas fico por aqui, rsrs. Na verdade as vezes ele me cansa um pouco. Mas de qualquer maneira vale a pena conhecer. Acho que é isso, não to muito inspirado hoje né? Então por hora basta, rsrs.
Ah! O link do youtube que deixo ali embaixo vale a pena ser visto, não deixe de assisti-lo.
É isso aí!!! Vamo que vamo!!! Uhullll!!!



 
Postado Por Marcel Cruz no sensacional: sacundinbenblog.blogspot.com

2 comentários:

Anônimo disse...

caraaaalhoooow gasto muito botando esses CDs aqui!Vlwwww!!!

Jessica disse...

oi meu caro colega! Me chamo Jéssica, sou apaixonda por sambas, estou estudando as letras, ouvindo pérolas e ávidas por notícias, achei o seu blog durante uma 'caçada'! Parabéns e continue nesse empreitada! é necessária! Amplexos!