Nascida no Espírito Santo, mudou-se para o Rio de Janeiro aos dois anos de idade. Oriunda de uma família de classe média, começou a ter aulas de violão na adolescência com Solon Ayala e Patrício Teixeira. Em seu apartamento em Copacabana aconteciam reuniões de música onde, segundo alguns críticos, nasceu a bossa nova. No final dos anos 50 trabalhava como repórter em um jornal e participava de shows de bossa nova, cantando com sua voz curta e acompanhando-se ao violão. Em 1963 estreou profissionalmente no musical "Pobre Menina Rica", de Vinicius de Moraes e Carlos Lyra. No mesmo ano gravou duas faixas no disco "Depois do Carnaval", de Carlinhos Lyra: "É Tão Triste Dizer Adeus" (C. Lyra/ N. Lins e Barros) e "Promessas de Você" (C. Lyra/ N.L. Barros). Já no ano seguinte, quando gravou seu primeiro LP, "Nara", provocou polêmica ao adotar um repertório que, além de bossa nova, incluía diversos sambas de compositores chamados de "sambas de morro", como "Diz que Fui por Aí", de Zé Kéti e Hortênsio Rocha, "Luz Negra", de Nelson Cavaquinho e Amâncio Cardoso, e "O Sol Nascerá", de Cartola e Elton Medeiros. Ao final de 1964, participou do espetáculo "Opinião", um dos mais importantes do período e um dos primeiros a contestar o regime militar, ao lado de Zé Kéti e João do Vale. Na mesma época gravou "Opinião de Nara", incluindo "Opinião" e "Acender as Velas", de Zé Kéti, "Sina de Caboclo" (João do Vale) e "Chegança" (Edu Lobo/ Vianinha). No ano seguinte chamou a estreante Maria Bethânia, da Bahia, para substituí-la no espetáculo. Assim, nesse show, Nara Leão foi diretamente responsável pelo surgimento da estrela Bethânia e pelo resgate de autores como João do Vale e Zé Kéti. Foi a intérprete de "A Banda", de Chico Buarque, que dividiu o primeiro prêmio do Festival da TV Record de 1966 com "Disparada" defendida por Jair Rodrigues. Dois anos depois integrou o movimento tropicalista, participando do emblemático disco "Tropicália ou Panis et Circensis". Nos anos seguintes passou uma temporada na França, onde reatou laços com a bossa nova, gravando dois LPs dedicados a esse repertório. Participou de vários shows sozinha e ao lado de outros artistas, gravando até mesmo no Japão. Cantora com visão de produtora, Nara lançou vários compositores e inúmeras músicas ganharam fama em sua voz como "Pedro Pedreiro", "Olê Olá" (ambas de Chico Buarque), "Maria Moita" (Carlos Lyra/ Vinicius), "Corisco" (Sergio Ricardo/ Glauber Rocha), "Esse Mundo É Meu" (Sergio Ricardo), "Maria Joana", "Pede Passagem" (Sidney Miller), "Recado" (Casquinha/ Paulinho da Viola), "Coisas do Mundo, Minha Nega" (Paulinho da Viola), "João e Maria" (Sivuca/ Chico Buarque), "Com Açúcar, com Afeto" (Chico Buarque), "Apanhei-te Cavaquinho" (Ernesto Nazareth/ Nara Leão), além de praticamente todos os clássicos da bossa nova.
NARA – 1964
OPINIÃO DE NARA – 1964
SHOW OPINIÃO – 1965
O CANTO LIVRE DE NARA – 1965
5 NA BOSSA – 1965
LIBERDADE, LIBERDADE – 1966
NARA PEDE PASSAGEM – 1966
MANHÃ DE LIBERDADE – 1966
VENTO DE MAIO – 1967
NARA – 1967
NARA LEÃO – 1968
COISAS DO MUNDO – 1969
DEZ ANOS DEPOIS – 1971
MEU PRIMEIRO AMOR – 1975
MEUS AMIGOS SÃO UM BARATO – 1977
... E QUE TUDO MAIS VÁ PRO INFERNO – 1978
COM AÇUCAR E COM AFETO – 1980
ROMANCE POPULAR – 1981
NASCI PARA BAILAR – 1982
MEU SAMBA ENCABULADO – 1983
ABRAÇOS E BEIJINHOS E CARINHOS SEM TER FIM... – 1984
UM CANTINHO, UM VIOLÃO - 1985
GAROTA DE IPANEMA – 1986
MEUS SONHOS DOURADOS – 1987
MY FOOLISH HEART - 1989
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