Jukebox Web Radio

Jukebox Radio

https://www.jukeboxradio.minharadioonline.net/

domingo, 28 de setembro de 2008

JORGE BEN

Já que toquei no assunto não consegui resistir. "Samba Esquema Novo" álbum de estréia Jorge Beniana, não foi sua primeira gravação pois isso ocorre um ano antes (1962) no disco "Tudo Azul" do Organista Zé Maria. São deste Lp as clássicas "Mas, Que Nada", "Balança Pema", "Chove Chuva" e "Por Causa De Você", como já havia sido dito no post anterior todos os arranjos foram feitos por J.T. Meirelles, que trouxe junto com Jorge o que mais tarde conheceríamos como Samba-Jazz e Samba-Rock.

É um disco marco que influenciou e influencia muita gente até hoje. Outras composições que merecem destaque são "Vem, Morena, Vem" minha preferida, "Tim, Dom, Dom", "Quero Esquecer Você" e "Menina Bonita Não Chora".

Esse foi outra boiada que caiu nas minhas mãos pois paguei apenas 5 reais no vinil, impecável diga-se de passagem rsrsrsrs. Além das oficiais acrescentei as duas faixas gravadas por ele no álbum do Zé Maria, ou seja, a estréia de fato de Jorge em disco, as músicas são: "Mas Que Nada" e "Por Causa De Você" essa sem o X no você, rsrs. Creio que por hora é isso, na sequência postarei os demais... Salve Jorge!!!

Jorge Ben - 1963 - Samba Esquema Novo

"Ben" o cara foi violento, durante 15 anos fez álbuns impecáveis dos quais a gente escuta de cabo a rabo e não cansa, uma lástima pensar que todo esse esmero e bom gosto foram embora para nunca mais voltar, eu até penso que... Sabem aquela história que contam a respeito do Paul McCartney? Então... Acho que de fato aconteceu com o Jorge Ben, só que nesse caso veio um "Jor" junto rsrsrsrsrs Que Loucura!!! Mas enfim não dá pra ficar reclamando, pois tem gente que nem se quer consegue fazer um álbum que preste, ele fez 16! Ta bom né? Isso já basta.

Agora sobre o "Sacundin Ben Samba", lançado em 1964 esse é o outro álbum que foi arranjado pelo Meirelles, impecável! Apesar de não ter feito tanto sucesso eu o considero como um dos melhores discos já feitos (nesse já não rolou boiada... paguei uma grana pelo vinil rsrsrsrs). Meu destaque vão para as seguintes músicas: "Gimbo" a música do "sacundingunden" prestem atenção no finalzinho dela, "A princesa e o plebeu" que foi regravada no “África Brasil” em 1976, aqui ela está numa versão singelíssima, "Pula Baú" a que mais gosto, Meirelles foi arrasador nesse arranjo, "Espero por você" e "Não desanima, João" outro arranjo fuderoso de Meirelles, faixa que encerra o álbum.

Jorge Ben - 1964 - Sacundin Ben Samba


Taí um disco dessa fase que ouvi um monte, mas depois ficou meio de lado, o motivo, realmente não sei dizer, pois o álbum é dos bons, lançado no mesmo ano do "Sacundin Ben Samba" conta com arranjos de Meirelles, Nelsinho (que não sei quem é rsrsrs) e Gaya. O arranjo de "Descalço no Parque" faixa que abre o volume é muito do foda, não tem especificado quem arranjou o que, mas acho que da 1 até a 6 deve ser arranjo do Maestro Gaya, 7, 8, 9 e 10 Meirelles e as duas últimas do tal do Nelsinho.

Hit mesmo nesse álbum acho que só "Bicho Do Mato" que foi regravada por Elis Regina em 1970 e "Oba lá lá" que é do João Gilberto, as demais quase não se ouve. Uma coisa interessante desse disco é a música chamada "Gabriela", pois muito antes de Tom Jobim, Jorge já tinha cantado a beleza de “Gabriela Cravo e Canela”, a música é uma declaração de amor com direito a choro e tudo rsrsrs um sarro, inconfundível arranjo de Meirelles que segue arranjando as três seguintes, "Zope Zope" excelente e singelíssima, “Saída De Porto” e “Dandara, Hei”, na verdade é um disco que aos poucos vai te pegando e quando você se dá conta já é a 5ª vez que ta ouvindo rsrsrs. Cheeeega de papo! Simbora...

Jorge Ben - 1964 - Ben é Samba Bom

Esse a meu ver é o álbum mais Samba-Rock de fato do Jorge Ben. Lançado em 1965 é também um dos mais difíceis de se conseguir (digo o Lp). O disco é cheio de canções geniais, acho que a mais conhecida é "Agora Ninguém Chora Mais" que foi regravada em 1971 por Erasmo Carlos e em 2000 por Andrea Marquee, além dessa, outras que são memoráveis são as seguintes:

"Jorge Well" trocadilho no mínimo engraçado, uma palhinha da letra... "I dancing very well, Because, I am Jorge Well..." hahahahaha

Vê se eu agüento! rsrsrs, "Bom Mesmo é Amar" adoro o arranjo dessa, "Patapatapatá", "Quase Colorida" outra que faz parte das composições singelas de Ben e a excelente "O Homem, Que Matou o Homem, Que Matou o Homem Mau" composição inspirada na "História De Um Homem Mau" de Roberto Carlos lançada um ano antes. Eu acho esse disco demais, lembro que comprei junto com o primeiro e foi outra daquelas! (Inacreditáveis 5 reais! rsrsrsrs) Nem eu acredito nessas boiadas! Espero que vocês gostem tanto quanto eu, no que diz respeito as informações técnicas o que se sabe é que foi produzido por Armando Pittigliani, agora... os músicos, dá pra saber bem mais ou menos o primeiro nome deles pois na faixa "Jorge Well" meio que rola uma apresentação, se não me engano são os seguintes: Luiz Marinho (Baixo), Reizinho (Bateria) e Mazinho (Piano). Bom... é isso…

Opa!
Agora com extras, re-upei o post e acrescentei duas peças raras. A primeira é a versão ao vivo de "Agora Ninguém Chora Mais" que Jorge Gravou com Elis Regina no Programa "O Fino Da Bossa" daquele ano e a segunda é uma versão de "Quase Colorida" (da qual não tenho certeza da data, mas penso ser de 65 mesmo) que consta com o nome de "Veruschka". Veruschka foi uma modelo lindíssima da década de 60 (pra quem assistiu Blow-Up do Antonioni ela é a personagem que o protagonista fotografa no início do filme e que esta no cartaz do filme inclusive), penso que essa versão é uma espécie de homenagem pra tal moçoila rsrsrsrs.

Jorge Ben - 1965 - Big Ben

Esse é na minha opinião, e não só minha é claro, um disco de transição do Jorge e seu maior flerte com a Jovem-Guarda porque além de ter uma composição em parceria com o tremendão Erasmo Carlos - fato curioso, pois Erasmo em outra parceria que não a de Roberto é difícil de encontrar - a banda de apoio de Jorge são os "Fevers" ou "The Fevers" como queiram. Jorge que vinha de uma linhagem que pendia mais pra Bossa Nova com esse volume muda totalmente seu rumo, rumo extremamente peculiar, pois a música dele faz parte de um movimento de um homem só: o dele. A sonoridade deste álbum de uma forma geral é um tanto diferente, o timbre metálico que tem o volume revela o uso de guitarra eletrica e não mais o acústico violão de Nylon que vigorava até então .

Olhem o que achei:

Trecho do livro "Roberto Carlos - Em Detalhes"

“O autor de Mas que nada foi então contratado pela TV Record e mudou-se para São Paulo, indo morar inicialmente com Erasmo Carlos numa casa que alugaram no Brooklin.


E foi no programa Jovem Guarda que Jorge Ben começou a renascer e eletrificar sua música. "Ali eu me senti no meu mundo. Podia tocar minha guitarra em pé, e não apenas um violão sentado num banquinho como na bossa nova". No programa ele ganhou o apelido de Bidu - que deu título ao seu primeiro álbum dessa nova fase de sua carreira. Acompanhado pela banda The Fevers, Jorge Ben imprimiu ao disco a linha "jovem-samba", uma síntese entre iê-iê-iê e MPB.”


O repertório do disco é composto por 12 faixas das quais uma é em parceria com Erasmo Carlos (Menina Gata Augusta) e outra com Yara Rossi (Quanto Mais Te Vejo) as demais todas somente dele. Meu destaque vai para: "Amor De Carnaval" que abre o disco, "Nascimento De Um Príncipe Negro", "Jovem Samba", "Frases" que em 1977 foi regravada por Caetano Veloso no álbum "Bicho" com o nome de "Olha o Menino", "Sou Da Pesada" e "Si Manda" que fecha o volume. Outro detalhe é que foi gravado pelo selo Artistas Unidos e não pela Philips. Jorge voltou a gravar pela Philips somente em 1969.

Jorge Ben - 1967 - O Bidú (Silêncio No Brooklin)


A maturidade do Samba-Rock! Esse é outro dos mais fodas! Jorge acompanhado pelo Trio Mocotó e Os Originais Do Samba e quase todo arranjado por José Briamonte que foi extremamente feliz em todas as músicas que pôs a mão, quem também aparece por aqui é outro papa dos arranjos: Rogério Duprat responsável pelas faixas "Barbarella" e "Descobri Que Sou Um Anjo". Esse álbum já nasceu clássico, pois é nele que estão as músicas: "País Tropical", "Cadê Tereza?", "Take it Easy My Brother Charles" que tem um dos melhores arranjos que já ouvi na vida, "Que Pena" e "Charles Anjo 45" agora... "Quem foi que roubou a sopeira de porcelana chinesa que a vovó ganhou da Baronesa?" é genial e uma das que mais gosto. 1969 foi o ano em que Jorge flertou com o Tropicalismo esse disco mostra bem isso (basta prestar atenção na capa), além do mais no ano anterior Jorge gravou "A Minha Menina" no álbum de estréia dos Mutantes. Além das oficiais eu acrescentei no arquivo a gravação de "Charles Anjo 45" lançada somente em compacto no mesmo ano e interpretada por Caetano Veloso, Ben participa da gravação. Então simbora...

Jorge Ben - 1969 - Jorge Ben

"... Obáhhh lá vem ela... Estou de olho nela..." é nessa malícia que inicia outra das tantas obras primas de Jorge Ben. Força Bruta, sétimo álbum de Jorge lançado no início dos anos 70, ano em que o Brasil estava tornando-se Tri-Campeão Mundial, ano de muitas alegrias, porém, a ditadura tava comendo solta, não sei se Jorge teve alguma intenção no nome do disco (penso que não). O álbum é repleto de como diria o próprio Jorge "coisas belas" rsrsrs, depois de "Oba lá Vem Ela", tem umas das que mais gosto no álbum: "Zé Canjica", é deste álbum às famosas "O Telefone Tocou Novamente" e "Mulher Brasileira", além das oficiais que são 10, dei uma garimpada e encontrei gravações que Jorge fez em 1970, três delas fazem parte de um dos primeiros discos de Toquinho (e o que mais gosto) são elas: "Carolina Carol Bela" que ganhou recentemente uma versão que se não me engano foi do DJ Marki, a outra é a famosíssima "Que Maravilha" que Jorge gravaria em seu álbum de 1971 (Negro é Lindo, que logo logo vai estar por aqui) e a última deste disco é a excelente "Zana". Mais duas que acrescentei: "Camisa 12" faixa do disco que contém a narração dos jogos da copa de 70 lançado pela PHILIPS e a última pra fechar é uma faixa que saiu num compacto lançado pelo jornal O Pasquim "Cosa Nostra".

Jorge Ben - 1970 - Força Bruta

Eu estou postando esse disco antes do "Negro é Lindo" porque apesar de ver que foi lançado depois e que é datado como tendo sido gravado em Março de 1972 eu não consigo acreditar que essa informação seja verdadeira, pra mim esse álbum foi gravado no início de 1971, ta... Vocês devem estar se perguntando o porque de eu achar isso, então vamos lá:

1º Suspeita: No repertório todo do disco (e ó que é música pacas são 18) não existe uma faixa se quer do "Negro é Lindo" acho esse fato estranho;

2º Suspeita: O álbum todo foi gravado com o acompanhamento do Trio Mocotó, que apesar de no início de 1971 gravarem com Ben uma faixa no álbum "A Tua Presença" de Maria Bethânea não participam das gravações de "Negro é Lindo"; e

3º Suspeita: Em "Negro é Lindo" Jorge mudou um "pouco" sua levada no violão, a coisa já não é mais Samba-Rock e sim Samba-Soul e Samba-Funk...

Ah! e tem mais uma que acabei de reparar, ou seja...

4º Suspeita: Em 1972 Jorge estava com o cabelo BlackPower e nas fotos desse álbum ele esta com o cabelo curto como no "Força Bruta" hahahahahahaha touché!

Bom... Acho que vocês me entendem né? Constatem vocês mesmos e me digam. Depois dessa enrolação toda vamos ao disco:

"Jorge Ben On Stage" é um dos poucos registros ao vivo de Jorge nessa época (se não for o único) gravado no Japão o álbum saiu somente lá, ainda não existe nenhuma edição brasileira do mesmo. O repertório do disco é uma maravilha e passeia pelos álbuns de 1963, 1964, 1969 e 1970, além das conhecidas dos respectivos álbuns aparecem algumas "inéditas" como "O Vendedor De Bananas" que foi gravada pelos Incríveis, "Ta Na Hora" uma espécie de despedida "Cidade Maravilhosa" e o "Hino Do Flamengo" que Jorge iria gravar na íntegra em compacto no ano de 1973. A gravação do álbum tecnicamente falando ta meio ruinzinha, mas da pra apreciar não chega a incomodar (a bem da verdade incomoda um pouco sim, porém, dadas as devidas circunstâncias e levando em conta o valor histórico desse registro da pra irrelevar).

O lance da data eu só fui descobrir depois de já ter postado, sendo assim, o arquivo vai estar com a data de 1971, mas lembrem que "oficialmente" é de 1972 rsrsrs...

Jorge Ben e Trio Mocotó - 1971 - Jorge On Stage (Live In Japan)


Gravado em 1971 "Negro é Lindo" é um álbum marco na carreira de Jorge Ben, pois é a partir dele que Jorge adere ao Samba-Soul e Samba-Funk, da pra notar uma "sensível" mudança na batida do seu violão. O repertório do álbum é fabuloso, inicia com "Rita Jeep" um flertezinho, uma brincadeira de Jorge com a então Mutante Rita Lee que segundo consta tinha um Jeep na época, depois vem a excelente "Porque é Proibido Pisar Na Grama" música defendida Por Jorge em Setembro de 1971 no VI Festival Internacional Da Canção (uma das composições mais fodas do festival e não foi nem pra final, vai entender?), "Cássius Marcelo Clay" homenagem ao boxer Muhamed Ali, "Cigana", "Zula" swinguera violenta, a faixa título "Negro é Lindo", "Comanche" (apelido carinhoso de João Parahiba do Trio Mocotó), a já famosíssima "Que Maravilha", gravada um ano antes por Toquinho, "Maria Domingas" feita pra sua mulher e "Palomaris" nessas duas últimas da pra sacar bem a mudança rítmica do violão. Bom... Além dessas acrescentei outra faixa gravada ainda em 1971 com a participação do Trio Mocotó e que faz parte do álbum "A Tua Presença" de Maria Bethânea. Jorge divide os vocais com ela na canção "Mano Caetano" uma espécie de hino de boas vindas pra Caetano Veloso que acabava de voltar do exílio Londrino. Puxa vida!!! Desse aí e do de baixo eu ainda não tenho o vinil, se alguém tiver e quiser fazer uma doação eu aceito iuhuuuuu! rsrsrsrsrs Por hoje é isso... Abração

Ah! Tava esquecendo... Os Arranjos foram feitos por Arthur Verocai e esse álbum é a primeira parceria de Jorge com o Produtor Paulinho Tapajós, parceria essa que vai render ótimos frutos. Agora sim... Por hoje é isso rsrsrs ... até

Jorge Ben - 1971 - Negro é Lindo


Em 1972 foi o ano do último Festival Internacional da Canção, em sua sétima edição o prêmio de primeiro lugar foi para Jorge Ben que ganhou com a composição "Fio Maravilha" defendida por Maria Alcina, essa música tem uma história sinistra... Imaginem vocês que essa composição foi feita em homenagem a um jogador do Flamengo na época, uma puuuuuuta homenagem, diga-se de passagem, e o tal jogador teve a pachorra de meter um processo em cima de Jorge por ter usado o nome dele! Dá pra acreditar numa coisa dessas? Tanto que depois o próprio Jorge regravou mudando o nome de "Fio" para "Filho Maravilha" vê se eu agüento! rsrsrs Bom... Tudo isso pra dizer que essa é uma das 11 faixas que integram esse álbum que é um absurdo de bom, além dessa tem outros hits como: "Morre O Burro, Fica O Homem", "Paz e Arroz", "O Circo Chegou", "Caramba", "Que Nega é Essa", "Quem Cochicha O Rabo Espicha", e "Taj Mahal" (ainda sem a letra que conhecemos), as que eu mais gosto não foram hits, mas são sensacionais: "Domingo 23" e "As Rosas Eram Todas Amarelas", essa última penso ser uma das (senão for "a") melhores composições de Jorge... FABULOSA!!!

Como de costume acrescentei as faixas bônus. No ano de 72 ele gravou coisa pacas, tanto que são mais 6 faixas que incluí no post. São elas: "Bahia, Berço Do Brasil", "Lá Vem Salgueiro" e... "Tô com Deus, Tô Com Amor" excelente! Essas três sairam num compacto duplo e a capa ta indo junto no arquivo, "Jazz Potatoes" que foi trilha da novela "Beto Rockfeller" e "Hino Do Flamengo" foram lançadas no início de 73 noutro compacto (a capa também esta aí), e pra finalizar outra que foi trilha de novela e que depois ele regravou no seu disco de 1977 é a faixa "My Lady", essa em inglês e também com a capa.

Jorge Ben - 1972 - Ben


Eu falei que não iria postar esse álbum por achar que não valia a pena, mas não resisti, já que a idéia inicial era postar a discografia de 1963 até 1976 ficaria uma lacuna se faltasse esse, sendo assim, aí está. Na minha opinião esse é o pior álbum dele nessa fase, além disso, é a gênese de um formato que Jorge utiliza em shows até hoje: os infames Pout-Porries - o que é um porre, chato pra cacete! - mas vá lá têm algumas coisas que se salvam.

O álbum é composto de 7 Pout-Porries com os sucessos dos 10 anos de carreira e uma vinheta de 28 segundos que fecha o volume, a única inédita. De mais a mais creio que é isso...

Jorge Ben - 1973 - 10 Anos Depois


"...Esse é meu novo disco... que tem por título 'A Tábua De Esmeralda' que foi onde começou toda alquimia e... eu faço nele uma alquimia musical..."

Palavras proferidas por Jorge Ben no dia 19 de Maio de 1974 como introdução no clipe de lançamento do álbum. O clipe passou no programa Fantástico da rede globo e a música era "Os Alquimistas Estão Chegando Os Alquimistas", engraçado de ver, porém, excelente! rsrsrs O álbum como um todo é um pacote perfeito todas as faixas se complementam é de fato uma alquimia perfeita. A opinião a respeito desse disco é unânime: é o disco mais foda do Jorge!!!! (complicado falar isso, mas tenho que dar o braço a torcer, é um álbum realmentemuuuuuuuuuito foda), não tem uma musiquinha ruim se quer. O Disco abre com "Os Alquimistas...", na segunda o cara vem cachimbando "O Homem da Gravata Florida" você ainda nem recuperou o fôlego e tome outra! "Errare Humanum Est", "Menina Mulher Da Pele Preta", "Eu Vou Torcer", "Magnólia", "Minha Teimosia, Uma Arma Pra Te Conquistar", "Zumbi", "Brother", "O Namorado Da Viúva", "Hermes Trimegisto" e "Cinco Minutos" ufa!!!!! Haja fôlego! Outro detalhe, pode deixar no modo "repet" que não enjoa. Esse foi outro daqueles que me deixou babando e em estado de choque de tão bom que é, quase furei o vinil, gastei alguma agulhas ouvindo esse disco rsrsrs pleno deleite auditivo. Mas bóra lá pros extras.

Então... Ta recheadinho de extras! Pra começar eu inclui no post dois clipes que encontrei, ambos foram ao ar no Fantástico um em maio e outro em dezembro de 1974. As músicas?

"Os Alquimistas..." e "O Namorado da Viúva" nesta Jorge já está no visû do próximo álbum (Solta O Pavão). Além dos clipes acrescentei a primeira gravação de "Zumbi" feita no festival "Phono 73", ao vivo, linda! Do mesmo festival coloquei "Jazz Potatoes" também ao vivo com a participação de Gilberto Gil (a gênese dum projeto entre os dois - Gil e Jorge) e "Mas Que Nada+É De Manhã" de Caetano Veloso. Eu ia acrescentar as imagens desse Phono 73, mas não consegui separar a tempo, mas podem ficar tranquilos que logo logo postarei o filme completo aqui, deixa eu aprender a mecher nesses programas direito rsrsrs... Ta bom de papo né?

Jorge Ben - 1974 - A Tábua De Esmeralda

Segundo o próprio Jorge esse álbum seria uma espécie de continuação do "A Tábua De Esmeralda" e de fato se você ouvir com calma e prestar atenção faz muito sentido, da pra identificar ecos da "Tábua" por aqui, como por exemplo, na faixa "Luz Polarizada", ou ainda na excelente "Assim Falou Santo Thomaz De Aquino" em "O Rei Chegou, Viva O Rei" a gente faz uma viagenzinha lá pra idade média, ou seja, o álbum é cheio de referências históricas. Outra coisa que acho muuuito interessante é que esse álbum é cheio de orações. Orações? É, é isso mesmo, basta você ouvir "Velhos, Criancinhas e Cachorros" e o hino maravilhosamente arranjado por Osmar Milito "Jorge de Capadócia", e é claro... Não podiam faltar as mulheres, as mulheres do "Ben", aqui ele nos apresenta a "Dorothy" (adoro essa faixa), "Luciana", "Dumingas" e "Jesualda" mulheres que com nomes tão peculiares (salvo Luciana) não podiam ser de outro rsrsrs. Pra completar o playlist ainda restam "Zagueiro", feita em homenagem ao então zagueiro do Flamengo: Rondinelli. “Se Segura Malandro" e "Cuidado Com O Bulldog". O álbum conta com participações especialíssimas, a primeira é a banda de apoio que acompanha Jorge, a lendária "Admiral Jorge V (Quinto)", nos corais quem aparece é o grupo Quarteto em Cy na faixa "Luciana" e de Evinha em "Dorothy", sem contar que todos os arranjos são assinados pelo já citado Osmar Milito (o mesmo arranjador da Tábua De Esmeralda), é isso esse é mais um disco ímpar.
Ah! Já ia esquecendo... Os extras! rsrsrs Então... Acrescentei três faixas, duas eu tenho plena certeza de que são de 1975 a outra nem tanto (se alguém souber me avise), são elas: "O Saber Poético Da Literatura De Cordel", que se não me engano foi um samba enredo, "Sem essa nº5" um reaproveitamento do tema de "Guerra, Queremos Guerra" só que com outro direcionamento e a terceira é a que não tenho certeza da data que é "Olha A Beleza Dela", agora sim... É isso. Abraços!

Jorge Ben - 1975 - Solta O Pavão



"Jorge Ben à l'Olympia" é o registro de um show feito por Jorge em 1975. O time é o mesmo do "Solta o Pavão" o Admiral Jorge V que o acompanharia até 1977. Esse disco tem uma edição italiana lançada com o nome de "Jorge Ben Dal Vivo Al Sistina" essa edição italiana é mó falcatrua porque foi vendida como se fosse outro show, em outro lugar no caso. Os caras que idealizaram a mesma misturaram uns fonogramas de estúdio com esse registro ao vivo, acrescentaram umas palmas muito mequetrefes e absurdamente fake, deprimente tentativa de golpe rsrsrs, enfim, esse aí é o original e foi gravado em Junho de 75.

A galera que acompanha Jorge é a seguinte: João Roberto Vandaluz (Piano), Dadi (Baixo), Gustavo Schroeter (Bateria) e Joãozinho Pereira (Percussão).

No Brasil creio que só saiu uma edição em 1978 naquela série chamada "Fora de Série" do selo Fontana. É essa que tenho, vejam vocês que pra minha alegria esses dias me deparei com esse disco num sebo por 10 pilas! Que Maravilha!!!! Eu e minhas boiadas hahahaha.

O repertório do álbum é composto por 8 faixas das quais duas são Pout-Porries, as demais estão em sua forma original, ou seja, estão inteirinhas. É um disco muuuito bom Jorge e banda em alta performance, além de que é dificinho de achar, então aproveitem. A capa foi restaurada por Magda Joele a "Princesinha das Restaurações" rsrsrsrs.

No segundo post acrescentei a capa da edição alemã, além disso, o arquivo está com melhor qualidade, a meu ver mais no tamanho do que no sentido sonoro da coisa, fica a opção pra vocês...


Estamos chegando na reta final, penúltimo álbum do nosso querido, amado, idolatrado, salve salve Jorge Ben, ao lado de outra lenda (viva?): Gilberto Gil. Aqui se concretiza o projeto cuja gênese está no festival Phono 73 em que ambos dividiram o palco em duas músicas, "Jazz Potatoes" e "Filhos De Gandhi" (as duas estão incluídas no post "A Tábua De Esmeralda"). O álbum é uma loucura só, saiu originalmente em edição dupla (a primeira capa aí em cima), porém existem três edições diferentes das quais duas eu tenho e... Se tem alguma coisa de que me arrependo toda santa vez que lembro é disso! a terceira edição eu vi uma vez na vida e deixei passar, conclusão: nunca mais me deparei com ela novamente, mas voltando... A segunda edição saiu de modo compacto em um único volume, todas as faixas foram editadas e cortadas pela metade (a segunda capa aí) e a terceira (que penso ser a terceira) saiu com ambos os discos iguais a primeira edição, porém, separados cada um com uma capa diferente no qual um se chamava "Ogum" e conseqüentemente o outro "Xangô", a arte gráfica deles é fenomenal (tenho uma vaga lembrança do visual).

Reza a lenda de que esse disco foi gravado duma vez só, numa madrugada de 1975 e que a Jam teve até participação de Cat Stevens que estava de passagem pela terrinha, agora... Se isso é realmente verdade só deus sabe rsrsrs (ou não!) rsrsrs.

De um lado temos Gil e do outro Jorge totalmente em stereo, no centro Djalma(?) na percussão e Wagner(?) no Baixo. O álbum teve produção de Paulinho Tapajós e Perinho Albuquerque.

O repertório do disco é composto por 9 faixas das quais apenas três eram "inéditas", são elas: "Meu Glorioso São Cristóvão" que abre o Disco 1, ainda no Disco 1 "Jurubeba" e a terceira é "Sarro" vinheta de encerramento do Disco 2. As demais: "Nega", numa versão irreconhecível, "Quem Mandou (Pé Na Estrada)", que tinha sido gravada por Wilson Simonal em 1973 mas que aqui parece outra música, lembra um pouco a introdução de "Amante Amado" gravada no álbum de 1978 rsrsrs, "Taj Mahal", é aqui que aparece pela primeira vez a letra dessa música até então sem, "Morre O Burro, Fica O Homem", "Essa é Pra Tocar No Rádio" e "Filhos De Gandhi".

É um álbum pra ouvir com calma, talvez a princípio nem tudo agrade, mas insista que é dos mais fodas também.

Para Baixar e Sair Sacundindo: Gil e Jorge - 1975 - Ogum Xangô Disco 1
Para Sacundir Mais Um Pouco: Gil e Jorge - 1975 - Ogum Xangô Disco 2


Ok! Esse é o apogeu e o fim, ambas as coisas rolaram meio que simultaneamente. "África Brasil" um dos álbuns mais incríveis de toda a discografia brasileira lançado em 1976. Não era pra menos pois o time que executa tal projeto pode ser chamado na boa de "Dream Team". Arranjos assinados por José Roberto Bertrami, (exatamente quem você está pensando que é, sim é ele mesmo o cara do Azimuth), todos os arranjos sem exceção são geniais, seguindo em frente... Bateria e Timbales: Pedrinho, Joãozinho e Wilson Das Neves, Baixo: Dadi, Piano: João "Bum", Teclados: J.R. Bertrami, Surdo: Luna, Cuíca: Neném, Percussões: Gustavo, Joãozinho, Djalma Corrêa, Hermes e Ariovaldo. Nos metais: Oberdan e Marcio Montarroios (é mole?), ta bom né?

O álbum inicia com os caras já quebrando tudo no tema "Umbabarauma - Ponta De Lança Africano" que praticamente virou hino de futebol, o groove é alucinógeno rsrsrs, na seqüência uma releitura de "Hermes Trimegisto e Sua Celeste Tábua De Esmeraldo" aqui com o nome de "Hermes Trimegisto Escreveu", "O Filósofo", "Meus Filhos, Meu Tesouro", outra que aparece com nova roupagem é "O Plebeu" que outrora se chamou "A Princesa e o Plebeu" (Ver no álbum de 1964), "Taj Mahal", "Xica Da Silva", composta para o filme homônimo de Cacá Diegues, "A História De Jorge", excelente, "Camisa 10 Da Gávea" homenagem ao Zico, "Cavaleiro Do Cavalo Imaculado" e fechando o pacote "África Brasil (Zumbi)" um releitura extremamente funkeada de "Zumbi" gravado anteriormente na "Tábua De Esmeralda".

A partir desse álbum tanto musicalmente quanto graficamente os discos de Jorge nos deixaram a desejar, não sei se foi pela troca definitiva do violão pela guitarra (isso não faz sentido pra mim partindo do princípio de que esse álbum foi todo feito com guitarra, ou seja, faria sentido se o mesmo fosse ruim), outra hipótese? No álbum seguinte ele já não esta mais na Philips, Jorge migra pra SomLivre... Mais outra hipótese: O uso de roupa branca "All the Time" a la Roberto Carlos rsrsrsrs, essa foi sem noção né? Mas é que eu to tateando e não consigo chegar a nenhuma conclusão. O "Ben" continuou ainda por algum tempo mas já não era mais "Ben" de fato, creio que o "Jor" estava começando a fazer morada até assumir o posto e ser isso que hoje em dia lamentavelmente ouvimos como sendo o Jorge. Eu realmente tenho uma enorme dificuldade de aceitar que é a mesma pessoa.

Em termos de visual os álbuns ficaram cada vez piores, penso que talvez seja pra se igualar com o conteúdo... radical?... hummmm... Talvez, mas vá lá tiveram momentos de ressurreição como em "23" de 1993 (talvez pelo fato de ser ano de comemoração de 30 anos de carreira), mas ficou por aí, durou um álbum e ainda assim... Bom a questão toda é que embora ele tenha ido daqui pra outra, eu sou extremamente grato por todos esses álbuns divinamente concebidos (1963-1976), que fazem minha cabeça até hoje e que com certeza continuarão fazendo até sabe Deus quando.

Jorge Ben - 1976 - África Brasil


Acharam que eu tinha terminado? Pois é, ainda não! Tem que ter sobremesa né? rsrsrsrs e é isso mesmo, essa coletânea que eu criei é um deleite pra qualquer colecionador, pois nela está contida boa parte (se não todos) dos compactos lançados por Jorge entre os anos 1968 e 1975. Foram anos de garimpo pra conseguir isso tudo, creio que possa estar faltando algum (até, se alguém tiver alguma que não esteja nela me mande, por favor, rsrsrs), mas o grosso penso estar todo aí. São 21 faixas, das quais algumas, pra quem vem seguindo o blogg com certa freqüência já não são novidade, porém, tem as demais.Cinco delas são datadas de 1968: "A Lua é Minha", "A Minha Menina", que eu pensava só existir a gravação de 1973 no "Jorge 10 Anos Depois", "Queremos Guerra", música que participou do Festival Da Record De 1969, "Salve-se Quem Puder" e "Tê Tê (Tê Tê Tê Tê Tereza)" uma prévia de "Terezinha" gravada no álbum "Força Bruta". De 1969 eu coloquei a versão de "Charles Anjo 45" com Jorge e Caetano, "Carolina Carol Bela" e "Que Maravilha" com ele e Toquinho, também acrescentei "Zana" que não saiu em compacto mas sim no disco do Toquinho isso já em 1970 (só esclarecendo uma coisinha: o compacto saiu em 1969 mas o disco que contém as três faixas é de 70, por isso as datas tão como 1970 no post). Bom... Seguindo em frente, ainda 1970: "Camisa 12" que saiu no álbum que contém a narração dos jogos da Copa de 1970 lançado pela Philips e "Cosa Nostra" que foi lançada no disco "O Som Do Pasquim" lançado pelo jornal. De 1971 tem "Mano Caetano" que também não saiu em compacto mas sim no álbum "A Tua Presença" de Maria Bethânea. De 1972 tem quatro: "Bahia, Berço Do Brasil", "Lá Vem Salgueiro", "Olha a Beleza Dela" e "Tô Com Deus, Tô Com Amor". De 1973: "Hino Do Flamengo", Jazz Potatoes" e "My Lady". Fechando o pacote, de 1975: "O Saber Poético Da Literatura De Cordel" e "Sem Essa nº 5". Creio que vocês vão gostar muuuuito disso aí (falo por mim... eu ia dar pulos de alegria se encontrasse isso um tempo atrás) rsrsrsrs

Jorge Ben - 1968/1975 - Compactos

Depois da sobremesa o cafezinho e a conta por favor! rsrsrs Agora sim, esse é meu último post Jorge Beniano. Compilação feita exclusivamente pra vocês que passam por aqui, nela esta contida gravações de composições que Jorge não gravou (pelo menos não nos seus discos, pois ele participa da maioria delas). Sendo assim, salvo pelas faixas "Lá Vem Salgueiro" com Os Originais Do Samba e "Vendedor De Bananas" com Os Incríveis, todas as demais são "inéditas" a começar pela gravação de "O Cravo Brigou Com A Rosa" na interpretação de Claudette Soares lançada em 1969, ainda em 69 temos "Meu Guarda-Chuva", com Elizabeth Viana, com a Gal: "Deus é Amor" e "Tuareg", esta última foi trilha do filme "Roberto Carlos e o Diamante Cor-De-Rosa", "Vendedor De Bananas" com Os Incríveis e mais duas com os Originais Do Samba: "Se Papai Gira" e "Vou Me Pirulitar" (a gravação dessa não ta muito boa não). De 1970 temos com Doris Monteiro, "Se Você Quiser Mas Sem Bronquear" e com Elis Regina "Até Aí Morreu Neves". De 1971 temos com Erlon Chaves e Banda Veneno a famosa e polêmica "Eu Quero Mocotó" na verdade a música em si nem é poleeeeeemica, mas a o que gerou isso foi a apresentação da mesma no FIC de 71 com direito a mulheres "nuas" e tudo rsrsrs, ainda de 71 tem "Aleluia, Aleluia (E Ainda Tem Mais)" com Trio Mocotó. De 1972, ambas com Os Originais Do Samba, "Lá Vem Salgueiro" e "Tereza". 1973 também com Os Originais a excelente "Falador Passa Mal" e pra fechar duas com Wilson Simonal, "Colecionador De Amigos" e "Quem Mandou (Pé Na Estrada).

Jorge Ben - 1969/1973 - Extras

4 comentários:

Anônimo disse...

Pqp, que trabalho lindo de garimpo, organização e escrita, isso não tem em nenhum lugar na web. Esse compartilhamento do teu conhecimento é o tipo de coisa que só pode ser feito por quem gosta mesmo da musica do Jorge Ben, imagino o trabalho e o prazer que deu fazer esta parte da discografia do Jorge Ben. Tou aqui porque muita coisa de 63 a 76 faz parte da trilha sonora da minha vida e apesar de ter varios lps e cds, vejo com prazer que teu trabalho resgata musicalmente a historia do Ben.Tá tudo aí, e funando, que zelo, cara. Maravilha de trabalho, parabens e obrigado.O blog é uma delicia pra quem viveu os anos 70, pra se sentir em casa mesmo.De coração,valeu.Zelal.

Vilson C Alves Sá disse...

E aí Zelal... faltava o "Solta o Pavão" de 1975, e só percebi depois que vc mandou seu comentário. Já o incluí e agora a discografia da fase áurea do Jorge 'Ben' tá completa. Abraço!

Unknown disse...

Olá eu sou Leonardo de brasilia, tudo bem! faltou um album ai na sua coleção "1981- Bem-Vinda Amizade" é muito bom vc vai gostar, tenho certeza!!! Obs. escute "era uma vez um aposentado marinheiro", "santa clara clareou", "Curumim Chama Cunhatã Que Eu Vou Contar" são todas desse disco.
falow abraço!!!

Carlos disse...

Os dois arquivos que foram garimpados já não estão mais disponíveis!